quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Sobre os meus Trinta Anos
Fazer 30 anos é mais que um rito de passagem,
é um rito de iniciação,
um ato realmente inaugural.
Fazer 30 anos é coisa fina,
é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade.
O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas.
Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.
Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil.
Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente.
Fazer 30 anos é cair numa epifânia.
Na verdade, fazer 30 anos não é p/ qualquer um.
É, de repente, descobrir-se no tempo.
É ser bem-vinda à realidade, e ao que de fato interessa.
É ser bem-vinda ao amor próprio e à alegria dos dias.
Chegar aqui pode doer, mas logo passa.
E dor não é mais novidade.
Eu tiro de letra.
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